Às pessoas que estão reféns das grandes corporações capitalistas, sob grande risco de espionagem e de perdas de recursos financeiros e materiais, dedicamos um artigo que pode ajudar nessa luta contra o sistema político e econômico vigente.
Com este artigo, pretende-se suavizar esta transição de forma a reduzir e mitigar os problemas decorrentes da mesma.

Por quê Software livre?
Pense num programa de computador como um bolo, para cada bolo existe uma receita pra faze-lo, certo? Com programas de computador é a mesma coisa e esta receita de bolo se chama código-fonte.
Com a receita de bolo disponível, podemos fazer alterações para cada necessidade. Por exemplo, podemos eliminar ingredientes que façam mal para quem tem alergia a tal componente ou alterar outra coisa pra deixar o sabor mais interessante.
Com a receita do bolo (código-fonte) disponível, especialistas tem melhores condições de reproduzir o bolo (programa) e avaliar se não há algum ingrediente secreto que possa causar problemas, algo que ajuda no esforço comunitário pra corrigi-los. Isso por si só não parte da definição de software livre, mas de código aberto, que também é importante para o software livre.
O princípio do software livre, também parte da premissa de que a pessoa não pode sofrer limitações no propósito de uso do programa e também parte da premissa de que possamos garantir o direito de modificar e de redistribuir o programa. Para um software ser livre, ninguém pode monopolizar estes direitos para benefício próprio.

Um programa é software livre se quem utiliza possui as quatro liberdades essenciais: [1]
A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito (liberdade 0).
A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.
A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar outras pessoas (liberdade 2).
A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas para outras pessoas (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

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O processo transição para software livre

Pra começar a sua transição, você não deve começar instalando o Linux logo de cara, exceto se você tiver tempo livre e condições materiais pra isso. Você deve começar pelo que mais poderá atrapalhar nesta migração: os programas instalados em seu computador.

Programas essenciais à sua produtividade:
Quais programas você utiliza? Este é o requisito mais importante e também é o seu primeiro passo.
Um grande problema no processo de transição para o software livre são programas proprietários incompatíveis com o Linux. Se você utiliza programas de produção audiovisual da Adobe por exemplo, você não terá uma migração tranquila para sistemas operacionais livres. Eles muitas vezes não possuem versões para Linux e executa-los na ferramenta de compatibilidade Wine pode resultar em problemas.
Felizmente, há uma gama de programas alternativos compatíveis com Linux e sob licença de software livre que podem cumprir a mesma função - mas você precisará de um tempo para se adaptar às diferenças de interface, recursos e paradigmas. Recomendamos que tenha por um tempo ambos os programas instalados, e que se acostume aos poucos a usar o programa novo, na medida do possível.
Abaixo há uma pequena lista de softwares populares de produtividade e algumas alternativas que recomendamos:

• Microsoft Office: LibreOffice ou ONLYOFFICE
  
• Adobe Photoshop: GIMP
  
• Adobe Illustrator/Corel DRAW: Inkscape
  
• Adobe Premiere Pro/Sony Vegas: Kdenlive
  
• Adobe After Effects: Natron
  
• Adobe Lightroom: Darktable
  
• Autodesk 3DS Max/Autodesk Maya/Maxon Cinema 4D: Blender
  

Pra procurar por alternativas para programas essenciais para a sua produtividade (como os que foram aqui mencionados), que podem variar conforme a sua profissão e seu perfil de uso, recomendamos utilizar o site Alternative To para encontrar programas que também possuem uma versão para o seu sistema operacional desejado (aquele que você pretende usar mais pra frente).



Jogos:
O cenário de jogos no Linux tem mudado bastante nos últimos anos; muitas melhorias tem sido feitas em ferramentas de compatibilidade como o Proton (ferramenta já integrada ao serviço Steam) e ao próprio Wine para quem quiser jogar os jogos de Windows em um sistema operacional Linux. A maioria dos jogos são proprietários, porém não vale a pena citar substitutos livres pra cada um, pois as suas artes e as suas histórias tem o seu valor cultural.
Para quem quiser algumas recomendações de jogos livres: tem o SuperTuxKart, o OpenArena, o Stunt Rally, o O.A.D e vários outros. Também existem vários excelentes emuladores de consoles antigos dentro do RetroArch.

Programas proprietários e exclusívos que não conseguimos substituir:
Há casos excepcionais onde mesmo com essas dicas, haverão programas que nós não conseguiremos utilizar ou substituir por alternativas compatíveis ou pelo menos funcionais no Linux (mesmo que seja através do Wine).
Para estes casos, há 2 opções:

• I - Executá-los através de um Windows instalado num hipervisor como o VirtualBox;
  
• II - Fazer um procedimento de dual boot, no qual você pode escolher entre inicializar o Windows ou a sua distribuição Linux dependendo da necessidade;
  

Com isso, você poderá migrar para o Linux sem deixar de utilizar o Windows para as suas necessidades diárias ou eventuais.

Formatos de arquivos:
Você deve buscar utilizar formatos de arquivos livres, para ajudar a reduzir a sua dependência de softwares proprietários.
Em vez de salvar documentos nos formatos do Microsoft Word por exemplo (ppt/pptx, xls/xlsx, doc/docx e outros), procure salvar em formatos OpenDocument do LibreOffice (odt, ods, odp e outros).



Finalmente
Após eliminar da sua rotina, todos ou pelo menos boa parte dos programas que são exclusivos para o Microsoft Windows ou para o Apple Mac OS X, você poderá iniciar o processo de instalação de uma distribuição Linux.
Para você que está começando agora, nós recomendamos qualquer um dos seguintes sistemas operacionais:

• Deepin
  
• OpenSUSE
  
• Manjaro
  
• Ubuntu
  

Teste-os no VirtualBox em primeiro momento, para ver qual lhe agrada mais.
Se você tiver um computador mais fraco ou mais antigo, consulte este artigo.
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